Sabemos que a atividade física é uma
atividade natural, porém praticada em contexto específico, como a competição
esportiva, pode gerar dor e lesões, principalmente quando mobiliza movimentos
não usuais do praticante.
Esse tipo de atividade tem causado um aumento no nível de lesões tanto
pela falta de acompanhamento profissional adequado como pelo desconhecimento de
periodização de treinamento.
A dor tem uma presença constante na vida de atletas de alto rendimento
mesmo não profissionais, que treinam com regularidade com uma rotina de treinos
semanais de quatro a cinco vezes objetivando a superação dos seus próprios
limites. É consenso entre os estudiosos que a dor é um fator limitante no
desempenho em qualquer situação, uma vez que suas conseqüências geram perda da
concentração e insegurança, podendo chegar a incapacidade.
A corrida de rua tem conquistado um grande número de adeptos, pela sua
facilidade em praticar. Correr freqüentemente é até recomendado por médicos
para prevenir e tratar muitas doenças como diabetes, problemas cardíacos,
obesidade, hipertensão, hiperlipidemia e osteoporose. Mesmo assim correr pode
aumentar os riscos de algumas lesões músculos esqueléticas.
A fascite plantar caracteriza-se por uma dor no retro pé. Corresponde a
uma alteração musculoesquelética que afeta principalmente a inserção das
fáscias plantar do calcâneo e é considerada uma síndrome degenerativa. Com freqüência
ocorre em dançarinas e corredores. A sobrecarga mecânica e o excesso de tensão
produzem lesões na fascia plantar que conduz a um processo de reparação
inflamatória.
Em um trabalho realizado no Centro de Estudos Socioculturais do
Movimento da EEFE-USP em 2008 foi discutido o uso da acupuntura em corredores
de provas de fundo com diagnóstico de fascite plantar.
O trabalho foi realizado com 7 corredores de ambos os sexos com idades
entre 35 e 45 anos que competem em provas olímpicas e de rua com queixas de dor
na região da fascite plantar e pólo plantar do calcâneo. No questionário inicial
todos os atletas tinham índices de dores elevados conforme escala de dor de 0 a 10.
Todos atletas já tinham realizado tratamento medicamentoso com
antiinflamatórios esteróides e não esteróides, ortóticos com calcanheiras de
silicone e fisioterápicos com alongamentos e ultra-som, sem obter resultados
satisfatórios.
Foram realizadas duas sessões de acupuntura semanais com duração de 30
minutos por três semanas. Após 5 sessões observou-se a remissão completa de dor
em todos os atletas que retornaram progressivamente as atividades esportivas
sem queixas.
No trabalho concluiu que a acupuntura atuou na dor sobre a região da
fascia plantar e pólo plantar de calcâneo de forma satisfatória, diminuindo a
dor e facilitando o retorno as atividades esportivas como treinos e competições
em níveis anteriores á lesão. Apesar de não poder provar a eficácia isolada da
acupuntura, por não ser realizado um grupo sem o tratamento com acupuntura,
pode-se afirmar que a Acupuntura favoreceu para um melhora na dor e no estado
emocional dos atletas não obtidos com os tratamentos anteriores.
Texto baseado no estudo de Flavio de Godoy Moreira e Kátia Rubio "A dor em Corredores com Fascite Plantar: Uso da Acupuntura." de 2008.